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Estudantes realizam manifestação na UFPB e são recebidos pela administração central
Na manhã de ontem (19), estudantes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realizaram uma manifestação no Campus I, em João Pessoa, contra o reajuste no valor da refeição do Restaurante Universitário (RU), que passou de R$ 15,01 para R$ 17,33 após a prorrogação emergencial do contrato com a empresa responsável pelo serviço. O ato, que ocorreu de forma pacífica, expressou a insatisfação da comunidade discente diante do que consideram um valor incompatível com a realidade socioeconômica da maior parte dos estudantes. A UFPB explicou que o aumento decorre da desistência da empresa vencedora do último pregão e da necessidade de manter a alimentação sem interrupções, enquanto é concluído novo processo licitatório.
Durante a mobilização, os estudantes foram recebidos pela Reitora em exercício, Mônica Nóbrega, pela Pró-Reitora de Assistência e Promoção ao Estudante (Prape), Geórgia Macedo, e pelo Pró-Reitor de Administração (PRA), George Beltrão. A reunião teve como objetivo ouvir atentamente as demandas apresentadas e discutir os principais pontos levantados pelos discentes.
No fim do encontro, ficou estabelecido um encaminhamento conjunto: assim que retornar de agenda institucional em Brasília, onde participa de reunião da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a Reitora em exercício se reunirá novamente com os estudantes em uma audiência pública. O objetivo é promover um debate coletivo sobre os modelos de financiamento dos restaurantes universitários existentes no Brasil, o cenário particular da UFPB e a possibilidade de implementação de modelos de autogestão nos RUs da instituição diante dos desafios atuais. Assim que o Diretório Central dos Estudantes (DCE), junto com os Centros Acadêmicos (CAs), indicar uma data para a audiência pública, haverá ampla divulgação do evento nas redes sociais e no portal da UFPB.
Há muitos desafios envolvidos. De um lado, o aumento da demanda pela assistência estudantil, que não foi acompanhado nos últimos anos por um orçamento que desse conta das necessidades colocadas. De outro, a terceirização dos serviços, que impõe dificuldades técnicas e logísticas nas formas de contratação, supervisão e controle.
De todo jeito, a possibilidade de diálogo entre os principais interessados é fundamental para a construção democrática e qualificada do serviço público que a UFPB presta à sociedade. “É muito bom construir isso com vocês”, comentou Mônica Nóbrega em relação aos estudantes. “E a gente vai analisar, inclusive com a equipe técnica, o que pode ser feito a curto, médio e longo prazos. Mas o principal é saber que as ações da reitoria nesse momento foram no sentido de manter o serviço do RU funcionando, especialmente para atender aqueles mais vulneráveis, que precisam do auxílio total”, concluiu.
Por fim, a administração central ressaltou a legitimidade do movimento e reafirmou o compromisso da universidade com a transparência e o diálogo, destacando que a assistência estudantil permanece como prioridade para garantir a permanência e o sucesso acadêmico dos discentes.