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Café Agroecológico da UFPB fortalece agricultura familiar no Brejo paraibano

publicado: 03/06/2025 16h18, última modificação: 03/06/2025 16h18
Iniciativa beneficia cerca de 50 famílias de vários municípios da região

Café Agroecológico da UFPB fortalece agricultura familiar no Brejo paraibano

Se o café integra o imaginário coletivo dos brasileiros, no brejo paraibano essa relação com a bebida se confunde com a própria história da região, propícia ao cultivo dos grãos. Uma história que remete à segunda metade do século XIX e que foi reacendida nos últimos anos por meio de iniciativas implementadas, por exemplo, por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) dos campi de Bananeiras e Areia.

Iniciado em 2016, o projeto Café Agroecológico, coordenado pelo professor Alexandre Araújo, do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA), em Bananeiras, surgiu no contexto da agricultura familiar na região. Em uma roda de conversa com agricultores no município de Serraria (PB), pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias do CCHSA identificaram uma necessidade daquelas famílias, diante da dificuldade de permanência dos jovens no campo. Afinal, como seria possível gerar renda para viabilizar a agricultura familiar?

Foi então que o grupo conduzido por Alexandre Araújo propôs aos agricultores o cultivo do café como solução para geração de renda, aproveitando a vocação do Brejo para a cafeicultura. As experimentações começaram em um sítio na cidade de Serraria e no próprio campus de Bananeiras. Desde então, as ações do projeto Café Agroecológico cresceram e passaram a fazer parte da realidade de cerca de 50 famílias que vivem em oito municípios da região.

Como resultado dessa expansão, desde 2023, mais de 5 mil mudas de café foram distribuídas aos agricultores da região. Além disso, o projeto da UFPB também ganhou projeção ao ser inserido na programação do evento turístico Caminhos do Frio, nas edições de 2023 e 2024, em Bananeiras e Solânea.

Além de considerar essa dimensão social e afetiva que envolve o cultivo do café no Brejo, o projeto busca produzir grãos de forma sustentável. “Nós produzimos um café sem agrotóxicos, que valoriza a biodiversidade local, na dinâmica do enfrentamento das mudanças climáticas”, destacou o coordenador do projeto. Atualmente são cultivadas 16 variedades da espécie Coffea arabica.

O café não está à venda para o público em estabelecimentos comerciais, mas é disponibilizado por meio do turismo rural local, ou seja, não como um produto, mas como um serviço oferecido aos turistas nos sítios dos próprios agricultores, onde são cultivados os grãos. Assim, esse ciclo virtuoso de relação do Brejo com o café é continuado, alimentando a geração de uma fonte de renda complementar para as famílias do campo.

A iniciativa da UFPB conta com a parceria das prefeituras municipais de Serraria e de Bananeiras, apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), além de organizações de apoio à agricultura familiar.

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Texto: Milena Dantas
Foto: Toni Bernardino
Ascom/UFPB