Você está aqui: Página Inicial > Contents > Notícias > Agosto Dourado: amamentação em foco na UFPB com projetos Doe Leite, Aleitar e Aconchego
conteúdo

Notícias

Agosto Dourado: amamentação em foco na UFPB com projetos Doe Leite, Aleitar e Aconchego

publicado: 14/08/2025 17h49, última modificação: 14/08/2025 17h49
Iniciativas de extensão promovem apoio à amamentação, doação de leite e conscientização sobre os benefícios para a saúde e para sociedade

Agosto Dourado: amamentação em foco na UFPB com projetos Doe Leite, Aleitar e Aconchego

A amamentação é um ato de amor que vai além de nutrir: ela protege, fortalece vínculos e contribui para o desenvolvimento saudável do bebê, com reflexos positivos para a vida adulta e para toda a sociedade. Em agosto, o chamado Agosto Dourado destaca a importância do aleitamento materno e, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), três projetos de extensão: Aconchego, Aleitar e Doe Leite, têm papel fundamental no apoio e orientação às mães.

O leite materno é considerado o alimento mais completo para os primeiros meses de vida, o alimento padrão ouro com todos os nutrientes essenciais sendo rico em proteínas, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais, além de anticorpos e células imunológicas que protegem contra doenças comuns. A amamentação também ajuda na recuperação pós-parto e contribui para o equilíbrio hormonal da mãe.

A professora Viviane Rolim, do Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva do Centro de Ciências da Saúde (CCS), coordena o projeto Aconchego Materno, ativo desde 2022. A iniciativa atua em unidades de saúde de João Pessoa e na UFPB, junto a gestantes e puérperas atendidas pelo SUS, promovendo ações educativas voltadas à saúde da mulher, cuidado obstétrico na atenção primária e combate à violência obstétrica.

Segundo a professora, a amamentação está associada à redução do risco de hemorragia pós-parto para a mãe e proteção contra o câncer de mama e de ovário. Para a criança, assegura nutrição completa, protege contra diarreias, infecções respiratórias, alergias e obesidade, e favorece o desenvolvimento cognitivo adequado. Ela também destaca o impacto ambiental:

“No âmbito social e ambiental, o leite materno caracteriza-se como um alimento natural e sustentável, que não gera resíduos e não demanda energia, água ou combustíveis para sua produção, armazenamento ou transporte, ao contrário dos substitutos artificiais. Dessa forma, promove a sustentabilidade ambiental”, afirma Viviane Rolim.

Já o projeto Aleitar, coordenado pela professora Cinthia Guedes, do Departamento de Nutrição do CCS, promove o aleitamento, desde 2016, com ações no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) e redes sociais, proporcionando informações acessíveis e de qualidade sobre o aleitamento materno. Um dos focos é o apoio pós-alta para o acompanhamento e manutenção da amamentação.

De acordo com a professora, o leite materno, ao fornecer anticorpos e células do sistema imunológico, contribui para a redução da mortalidade infantil e diminui o risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, hipertensão e obesidade na vida adulta. Essa prevenção de enfermidades pode trazer impactos positivos para a saúde pública, ao reduzir a demanda por serviços médicos. Além disso, a amamentação é uma prática economicamente vantajosa, pois diminui os gastos com fórmulas infantis e com o tratamento de doenças evitáveis.

“Por fim, o leite materno contém componentes exclusivos, como o fator de crescimento epidérmico e o ácido docosahexaenoico (DHA), que são cruciais para o desenvolvimento do cérebro e da visão. Esses nutrientes não podem ser replicados de forma eficaz em fórmulas infantis, tornando o leite materno insubstituível”, afirmou Cinthia Guedes.

O Projeto Doe Leite tem como objetivo estimular a doação de leite materno, vital para recém-nascidos prematuros ou de baixo peso internados em UTIs neonatais. A professora Priscilla Anne Castro de Assis (CCS) coordena a iniciativa, com vice-coordenação da enfermeira Regina Chely Fernandes, do posto de coleta do HULW.

A iniciativa também orienta sobre a forma correta e segura de realizar a coleta do leite e incentiva a doação de frascos de vidro, essenciais para o armazenamento. Segundo Regina “o Brasil está entre os 10 países do mundo com os maiores índices de nascimentos prematuros, e o leite materno é extremamente importante para os bebês prematuros, pois diminui o risco de infecções e promove melhor desenvolvimento neuropsicomotor”, disse a enfermeira.

Projeto Aconchego Materno

O projeto Aconchego Materno desenvolve ações na Unidade de Saúde da Família Tito Silva, em João Pessoa, com foco no cuidado integral à gestante, puérpera e ao recém-nascido. A iniciativa realiza rodas de conversa e oficinas educativas sobre aleitamento materno, plano de parto, cuidados com o bebê e pré-natal do parceiro, além de oferecer arte gestacional.

O projeto também capacita estudantes e profissionais da saúde para prestar suporte qualificado à amamentação, com enfoque em temas como manejo clínico da amamentação e contato pele a pele, as formações são ministradas pela professora Eliane R. de Holanda (DESC/CCS/UFPB), da Liga Acadêmica Paraibana de Enfermagem Neonatal e Pediátrica (LAPENP).

O projeto conta com a participação de discentes da UFPB e colaboradores externos. Durante o Agosto Dourado, o Aconchego Materno realiza publicações no Instagram sobre aleitamento materno e ações em unidades de saúde como na USF Espaço Saúde, além de uma capacitação conjunta com a LAPENP, prevista para o dia 25, sobre os 10 Passos para o Sucesso na Amamentação, pontos-chave sobre posicionamento e pega adequados, e orientações sobre o uso de bicos, chupetas e mamadeiras.

Mais informações: @aconchegomaterno_

Projeto Aleitar

Segundo Emily Vitória, estudante de Nutrição e bolsista do Projeto Aleitar, a iniciativa promove o aleitamento materno por meio de visitas semanais ao HULW, rodas de conversa, produção de materiais educativos, capacitações e ações informativas nas redes sociais. Também são realizadas visitas a Bancos de Leite e atividades educativas com mães e famílias.

A equipe reúne cerca de 25 participantes, incluindo docentes, profissionais de saúde (nutricionistas, enfermeiros, pediatras, fonoaudiólogos), uma bolsista e extensionistas de diversos cursos da área da saúde.

Além do conteúdo no Instagram (@projetoaleitar), o projeto oferece atendimentos presenciais no setor de obstetrícia do HULW, de segunda a sábado, com orientações sobre amamentação, escuta e acolhimento. Também desenvolve dinâmicas para esclarecer dúvidas e incentivar a prática.

Em 2024-2025, o Aleitar lançou um projeto-piloto em Telessaúde, ampliando o apoio às mães após a alta hospitalar e superando barreiras geográficas.

Projeto Doe Leite

Além de estimular a doação de leite materno, o projeto Doe Leite oferece orientações para que a coleta seja realizada de forma segura e adequada. A iniciativa também incentiva a doação de frascos de vidro com tampa plástica, essenciais para o armazenamento do leite doado.

O projeto conta com a participação de 15 integrantes, entre docentes, discentes e profissionais do HULW. Vinculado ao Posto de Coleta de Leite Humano do HULW, o projeto promove visitas aos leitos e ao ambulatório do hospital, com foco no acolhimento e orientação de gestantes e puérperas. Além disso, o projeto mantém um grupo de WhatsApp com doadoras cadastradas, promovendo empoderamento, acompanhamento contínuo e reforço das práticas corretas de ordenha.

Mais informações sobre o projeto estão disponíveis no Instagram: @doeleite.ufpb

* * *
Texto: Elidiane Poquiviqui
Foto: Divulgação