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Tese do PPGCB de Arielson dos Santos Protázio Alerta sobre Ameaça à Reprodução de Sapos, Rãs e Pererecas da Caatinga Devido às Mudanças Climáticas | CCEN UFPB

por Ana Magyar publicado: 09/06/2025 07h15, última modificação: 09/06/2025 07h27

O Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) divulga a descoberta de Arielson dos Santos Protázio, por meio de sua tese de doutorado intitulada “Integrando Ecofisiologia e Mudanças Climáticas na Identificação de Variação Acústica e Predição de Risco de Extinção de Anuros no Bioma Caatinga”, sob orientação do professor Daniel Oliveira Mesquita do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia). A pesquisa alerta para a ameaça à reprodução dos anfíbios sem cauda, conhecidos como anuros, causada pelas mudanças climáticas.

Na Caatinga, a intensificação da crise climática, com aumento das temperaturas e redução da umidade, representa uma ameaça à reprodução dos anuros. A reprodução dessas espécies, como sapos, rãs e pererecas, depende de um comportamento peculiar dos machos para atrair as fêmeas: o canto, ou vocalização (coaxar), fundamental para o sucesso reprodutivo. Contudo, as mudanças climáticas têm causado uma emissão do canto abaixo do potencial acústico ideal, colocando em risco a reprodução desses anfíbios.

A pesquisa envolveu a investigação in loco dos efeitos das mudanças climáticas sobre os anuros em corpos d’água de treze municípios da Caatinga, distribuídos em três estados do Nordeste. Foram coletados dados da temperatura corporal dos machos cantores e do microambiente do local de canto, além da gravação das vocalizações para análise da estrutura acústica.

Os resultados indicaram que, embora as características do microclima local não afetem diretamente o canto dos machos, muitas espécies realizam termorregulação durante o canto, restringindo-se a ambientes mais frios e úmidos, o que faz com que cantem abaixo do seu potencial acústico. Além disso, as mudanças climáticas prejudicam a propagação do canto da maioria das espécies, reduzindo a energia sonora à medida que a temperatura aumenta e a umidade diminui.

A escolha dos anuros como objeto de estudo é devido à sua alta sensibilidade a alterações ambientais, sendo considerados bioindicadores. A ameaça enfrentada por esses anfíbios indica um problema ambiental maior: quando o ambiente se torna insuportável para a sobrevivência dos sapos, é um sinal de que, no futuro, poderá também se tornar inóspito para os humanos.

Fonte: Portal da UFPB

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