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Homenagem ao CCA nos seus 86 anos de atividade

por Ivandro Candido publicado: 15/04/2022 12h39, última modificação: 14/04/2023 15h00

Por: Manoel Bandeira de Albuquerque Diretor do Centro de Ciências Agrárias – UFPB

FONTE: Boletim Informativo da Biblioteca Setorial “Francisco Tancredo Torres” - http://www.cca.ufpb.br/bscca/contents/documentos/BSCCAV3N01032022.pdf

 ASSISTA: VÍDEO NO CANAL DO YOUTUBE 

 Numa terra que já foi chamada Sertão do Bruxaxá, um grande homem que aqui também nascera conseguiu concretizar o meu nascimento. Sendo ministro, logrou convencer o presidente trabalhista que valia a pena investir numa Escola de Agronomia lá na sua terra distante, num estado sofrido mas com aptidão para a agricultura, numa cidadezinha encravada no alto da serra chamada Areia. Essa cidade, que começou como um ponto de passagem e descanso para boiadeiros que vinham do alto sertão para o litoral, virou povoado, freguesia e finalmente cidade. Graças a riqueza da cana-de-açúcar, foi a maior cidade da região em séculos passados.

Daqui desde cedo respirou-se cultura, do primeiro teatro do estado à grandes escritores, sem esquecer de um famoso pintor que se imortalizou, hoje é uma cidade tombada como patrimônio do Brasil. Pois é, foi aqui que eu nasci. E com um DNA e histórico destes não poderia me dar ao luxo de fazer feio. Desde a fundação cerquei-me de grandes homens e mulheres para me preparar pela missão que me confiara o meu pai-ministro. Precisava de bons mestres e técnico-administrativos para poder preparar homens e mulheres para a sagrada missão de tirar da terra o sustento e alimentar o próximo. E eles vieram! Vieram de Areia, de várias regiões do país e até do estrangeiro imagine só! Comecei com um Prédio Central onde ficava as salas de aula, os laboratórios, a biblioteca e um salão nobre.

No começo aqui teve curso Fundamental e Médio de Agricultura e até de Administradores Rurais. Mas ao longo dos anos fui crescendo e precisando me expandir. Novos prédios surgiram, mais professores e técnicos foram sendo contratados e mais gente eu estava formando. Logo já estava despontando por aqui o curso de graduação em Zootecnia, e atrevida como eu só, iniciei ao mesmo tempo três cursos em nível de mestrado: Manejo e Conservação de Solos, Produção Animal e Produção Vegetal. Mas hoje, ah hoje... hoje somos sete cursos de graduação e cinco de pós-graduação. Comigo você pode ser Agrônomo(a), Zootecnista, Bacharel(a) ou licenciado(a) em Ciências Biológicas, Bacharel(a) ou licenciado(a) em Química e até Médico(a) Veterinário(a)! Quer ser Mestre e doutor também?! Basta escolher! Pós-Graduação em Agronomia, Pós-Graduação em Zootecnia, Pós-Graduação em Ciência do Solo, Pós-Graduação em Ciência Animal e Pós-Graduação em Biodiversidade. Só precisa querer e se dedicar, ter em mente um bom projeto, um bom mestre e cair de cabeça!

Nestes 86 anos cresci bastante. Hoje tenho sete departamentos, residência e restaurante estudantil, campo e quadra coberta, uma central de aulas, uma biblioteca de impor respeito, posto médico, um museu e um hospital veterinário bastante procurados, herbário, laboratórios, fazendas experimentais e muito mais! Muita gente querida se formou aqui comigo. Todos os anos eles vêm aqui em abril para se reencontrarem com os amigos e as memórias do seu tempo por aqui.

A pandemia não nos deixou nos vermos nos últimos anos, mas já já os terei de volta para matar saudade. E os alunos? Daqui a pouco vou tê-los por aqui também. Não vejo a hora de reencontrá-los e também de conhecer os novos que por aqui irão começar uma grande etapa da vida deles... E o que eu tenho para eles?! Terei conhecimento, pesquisa, extensão, cultura, amizade, amores, aventuras e muito mais. Basta virem! Estarei de braços abertos! Tenho 86 anos mas nunca envelheço!

São vocês, docentes, técnicos e alunos que sempre me renovam! Vocês são a razão da minha existência e a minha essência! Venham e festejem comigo esses 86 anos desta história que começou como uma ideia que se concretizou e está até hoje transformando jovens em homens e mulheres fortes e corajosos que tiram da terra o sustento, produzem a proteína animal, garantem a saúde dos animais, entendem do funcionamento da biologia e da natureza química das coisas. Eu sou vocês e vocês são eu, somos o CCA.